Não sei se Grândola
continua a ser morena, do mesmo jeito que desconheço o conceito de liberdade
para o povo.
Cantar abril é muito
mais do que cantar liberdade, é cantar a dignidade conquistada por um povo que,
durante décadas, viveu sem viver incessantemente cada momento.
Mais de quatro décadas
depois do adeus, do adeus à repressão, eis que se assiste novamente a um povo
com medo, ora da falta de liberdade , ora da austeridade que alguns propõem impor.
Onde está a tão afamada garra que os portugueses tinham noutros tempos?
Um povo que não imagina
todo o poder que tem num país democrático como Portugal é.
Ser livre não é calar, ser livre é fazer-se ouvir!
Ser livre não é fazer tudo o que se quer, ser livre é respeitar!
Ser livre não é não ter regras, ser livre é bem mais do que isso!
Mais de quatro décadas que passaram em
que o povo esquece e confunde liberdade com libertinagem, em que o povo reclama
de quem nos governa e não é capaz de ir votar.
Ironicamente, os que não
usufruem de um dos direitos que a revolução de abril nos cedeu - o voto - são
os mesmos que se revoltam caso lhes ousassem tirar esse direito.
Abril mudou o rumo da
história nacional, desde aí, cada desabafo passou a ter um valor superior e
cada palavra gritada passou a ser ouvida.
Nasci e cresci num país
livre, talvez por isso não saiba o verdadeiro significado do 25 de abril, como os mais velhos afirmam. Não
conheço as duas faces da moeda mas acredito verdadeiramente que qualquer
atentado à liberdade, é um atentado à dignidade e ao valor humano.
Que os valores conquistados
em abril se proliferem e que o povo saia à rua para mostrar que tanto tempo depois ainda "é quem mais ordena"
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