A cultura assume um papel extremamente importante nas sociedades, é a
forma como um povo se identifica e é também uma herança social. É a cultura que
nos distingue como povo e que nos torna únicos, que nos enche de orgulho a cada
oportunidade de a mostrar ao mundo.
Entre as inúmeras formas de manifestação cultural, o folclore surge como
um género de cultura popular que se debruça sobre as tradições e os costumes, é
muito associado às festas da aldeia e às romarias e relata, por exemplo, o
trabalho da lavoura - quando em meio rural - ou da faina - em zonas costeiras.
O contacto com outras culturas enriquece-nos, permite-nos perceber que
existe uma enorme diversidade cultural, que merece ser respeitada e valorizada,
promovida e partilhada.
Neste sentido, o Conjunto Etnográfico de Moldes, habituou os arouquenses,
desde há 35 anos, a conhecer, através do Folclore, as diferentes histórias e
tradições de inúmeras regiões do mundo, das mais centrais às mais remotas,
nunca esquecendo a sua forma de expressão e o seu traje tão singular.
Trouxeram a Arouca aquilo que de mais genuíno as regiões têm, trouxeram
tradição, cultura e alegria.
Sob o mote da descentralização, a 35° edição do Festival Internacional de
Folclore de Arouca levou vida ao centro das aldeias, a juntar aquela que tão
intensamente se vive em meio rural.
Construíram-se marionetas, envolvendo os jovens e, no Largo da Capela de
Ponte de Telhe, contaram-se histórias em forma de teatro de Marionetas: Dom
Roberto.
Este ano, polacos e sérvios trouxeram cor e ritmo à Praça Brandão de
Vasconcelos, dançaram, animaram e no fim convidaram os espetadores a aprender
os seus passos e a brilharem com eles.
Da Covilhã a Escalos de Cima, de Espanha a Vila do Conde e da Lituánia a
Moldes, todos os grupos enriqueceram a última noite do festival, e, desta vez
no Terreiro de Santa Mafalda, respirou-se cultura e tradição e dançaram-se
histórias.
Já o poeta dizia que "O homem sonha e a obra nasce" e assim
acontece, ano após ano, com o Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais
Arouquenses, que com 72 anos de existência e 35 de organização deste festival
provou que com pouco é possível fazer-se muito e com muita qualidade e que é
possível também, crescer e fazer sempre melhor a cada ano.
Só assim, com um grupo profissional e dedicado, é que se consegue manter
viva a tradição, a cultura popular e tudo o que nos distingue dos demais
enquanto povo rural. Só assim se mantém a memória viva.
A todos eles, o desejo da continuidade.
Para o ano marcamos encontro no 36° Festival Internacional de Folclore de
Arouca.
Fotografias: Avelino Vieira