Um Louvor à Recriação Histórica

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Mais uma vez no mês de Julho, Arouca viu o seu Convento ganhar vida, as suas gentes ocuparem o seu espaço e recriarem a vida do passado.

A charamela voltou a tocar, o pregoeiro montou no seu cavalo e avisou o povo do que se ia passar nesta terra e os bombos abriram a festa.




A abadessa foi eleita, o bispo de Lamego chegou a Arouca para a festa e foram entregues as varas do município aos vereadores.

De Lisboa e do Porto marcaram presença convidados ilustres, fidalgos e barões, que vangloriaram a sua ostentação pelas ruas, pediram audiência com as monjas e noviças e conviveram, ainda que nem sempre pacificamente no terreiro e no espaço envolvente.

Os salteadores de estrada, o Zé da Calçada e o Virgolino, já conhecidos por estas terras, aproveitaram a presença dos ilustres para fazer assaltos “em plena luz do dia”, nem os Almada escaparam à tentativa de assalto.



Foram abandonados dois bebes na roda do convento e na porta da caridade, os pobres pediram auxílio às monjas, que lhes deram comida e roupa.


Os soldados tentaram manter a paz nas ruas da vila.



Regina Caeli ecoou no espaço de clausura e as freiras reuniram na Sala do Capitulo para tratar de assuntos delicados, como os gastos com a festa de beatificação da rainha e a troca de bilhetes das noviças com o exterior.

Com medo dos franceses e do que estes lhes podiam fazer, toda a família eclesiástica fugiu do convento, de malas, bagagens e com uma enorme tristeza no olhar.




Frei Simão foi preso enquanto as monjas gritavam por D. Miguel e o Convento ardeu deixando as freiras em alvoroço que, quase sem ar e com poucas forças, foram abandonando o convento com ajuda dos populares.











No fim, há quem diga que foi milagre a presença de um vulto que apagou as chamas enquanto um manto branco desceu sobre a fachada do convento.

Uma moça do convento casou com o seu amado na Capela da Misericórdia, onde estavam presentes os seus pais e a sua madrinha e monja, Cathrine Portugal.

A companhia de teatro saiu à rua onde contou histórias em forma de teatro de qualidade e juntamente com o vendedor da banha da cobra, os saltimbancos, a música barroca, o rancho, os Cramois e os cantares, animaram as ruas.



A nova abadessa recebeu, nos seus aposentos, o arquiteto Gimac, responsável pelas obras do Convento após o incêndio, o procurador do convento e todos os grupos que a quiseram animar com os seus cantares.





















No fim, uma freira, cujo estado de saúde se vinha agravando morreu e no espaço de clausura as irmãs realizaram o seu funeral.




Em três dias, cerca de 250 pessoas ajudaram a história a deixar uma marca na história da gente. Confesso que é difícil perceber o que leva toda esta gente a recriar a história da sua terra, abdicando muitas vezes do seu descanso para estar presente nos ensaios. Todavia, acredito que o que as move é o amor à terra, o amor a Arouca.

 À Carla, ao Fernando, ao Carlos e ao Veiga pela evolução notória ao longo dos ensaios.

Ao Vítor, ao Carlos, ao Alexandre, ao Hélder e ao Gonçalo, pela dedicação, entrega e talento.

À Juliana, à Mariana e à Mária pela simpatia.

Ao Francisco, ao Marcos e aos soldados mais velhos.

Ao Miguel, ao Sr. Américo, à D. Mafalda, ao Sr. Rouxinol, à D. Fátima, à D. Cristina, ao Sr. Silva, ao povo e a todos os criados.

A todas as personagens de interior, à Professora Isabel, pela coragem e profissionalismo, à prioresa, à cantora-mor, às freiras deputadas, às madres porteiras e restante família eclesiástica.
Às moças, Beatriz B., Daniela, Alexandra, Beatriz S., Ângela, Raquel, Inês, Sara S., Tânia P., Margarida, Beatriz A., Maria T., Luísa, Juliana, Ana Miguel, Beatriz T., Sara S., Tânia S., Maria V., Fátima, Mara, Sofia, Patrícia por todo o chão esfregado, chã servido, receção de nobres, paciência com o público e humildade.

A todas a noviças, meninas do coro e damas de companhia.

A todos os figurantes por serem amadores muito profissionais.

A toda a equipa da Câmara Municipal de Arouca.


Por fim mas não menos importante, porque sem eles nada disto era possível, ao José Carretas, à Margarida Wellenkamp, à Evelina Marques, à Margarida Carvalho, ao Emílio Gomes, à Leonor W. Carretas e à Beatriz W. Carretas o meu enorme obrigado por, mais uma vez, me terem integrado na equipa e me terem deixado fazer aquilo que gosto, em Arouca, onde sou realmente feliz.




Fotografias: Facebook Recriação Histórica - Arouca

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