Pela janela vejo o céu,
As árvores, o sol e a multidão
Não vou sair de casa
Porque não gosto de confusão

Não gosto da azafama
Prefiro estar recolhido no meu canto
Não gosto da confusão
Não gosto de caras de espanto

Se é solidão? Não sei
Eu gosto de ficar assim 
Porque tudo o que criei 
Não sairá nunca de mim

Contemplo o céu azulado 
E descanso um pouco a minha alma 
Evito pensar no passado
Estou a levitar, preciso de calma

Poema multi-autores, André Vilar, Cátia Cardoso e Tiago Pinho
Uma Poesia Silenciosa
Escrita em momentos de dor
Talvez seja a voz da alma
A pedir por favor

Um pedido desesperado
Que caiu no lápis certo
Na mente da Catita
Onde o pensamento é incerto

Incerto mas sábio
Atinge a perfeição
Lutou pelos seus sonhos
Lutou pela sua concretização

Difícil é descrever
A minha felicidade
Por esta jovem fantástica
Que é da minha idade
Apresentação Poesia Silenciosa

Ao longo dos meus 17 anos, criei laços de amizade com inúmeras pessoas. Amizades passageiras, amizades duradouras e amizades que me fazem sentir completo.
Recentemente conheci a Cátia, uma jovem genuína, humilde, talentosa e apaixonada pela escrita.
Escreve como ninguém de 17 anos o faz. Exprime em cada frase ou verso um pensamento profundo, uma opinião sincera, um desabafo, ou uma mistura de todas estas carateristicas.
Embora mais nova, vejo na Cátia um exemplo a seguir, um exemplo de profissionalismo, de dedicação e de talento.
Não me canso de a felicitar pela perfeição  da sua escrita e pelas carateristicas únicas do seu escrever.
Nunca sei como me apresentar, não sei, ou talvez não queira saber falar sobre mim.
Sou o André, gosto de ainda ter 17 anos, mas gostava de já ter 18.
Vivo atualmente no Porto, mas o orgulho na minha terra faz-me querer voltar. Estudo Gestão do Património porque gosto do meu país, da sua cultura, das suas gentes e do seu património. No entanto, os meus objetivos de vida passam pela comunicação.
Gosto de ver televisão mas não tenho paciência para séries.
Interesso-me por politica, representação e arte.
Não suporto pessoas que pensam que têm sempre razão, independentemente do tema.
Valorizo quem reconhece erros cometidos mas nem sempre o faço.
Sou o que quiserem que eu seja, não gosto que me pressionem.
Tento aproveitar cada momento, principalmente quando estou com quem gosto, ou a dormir.
Gosto de jovens com espírito de iniciativa e visão de futuro
Gosto de falar mas não gosto que me interrompam quando o faço.
Não percebo as pessoas que se rebaixam para atrair a atenção do mundo.
Gosto que as pessoas se façam notar, mas sem exagero.
Não gosto do vazio e detesto a solidão
Gosto de contar histórias, mas prefiro ouvi-las
Não tenho vícios e não preciso de beber para andar feliz
Gosto do Verão, do sol e do calor, e gosto de igual forma do inverno, da chuva e do frio.

Sonhei que tinha realizado todos os sonhos
Irónico para um sonhador permanente
Era demais todo este sonho
De sonhar que tudo o que sonhei se tivesse tornado realidade
Os sonhos fazem parte de mim
E gosto de viver assim
O caminho é longo
Não vejo o que há depois da curva
Será sorte ou azar
A minha visão está turva

A minha alma está confusa
É dificil decidir
Será melhor ficar?
Não, o meu dever é ir

Ir sem rumo certo
Pode ser a solução
Quando não sabemos onde ir
Resolver os problemas do coração
A rua está vazia
Consigo ouvir o coração
O sangue flui
Sente a dor da paixão

Paixão ardente
Numa rua silenciosa
Sentimento presente
Naquela noite prodigiosa

O vazio da rua
Causa constrangimento
O meu coração bate por ti
Estás sempre no meu pensamento
As nuvens choram
E eu também
Talvez por motivos diferentes
Sei que não estou bem

Com fragilidades interiores
Mostro a postura de durão
Tenho medos e receios
É estar com o coração na mão

É inevitável não chorar
Com tal realidade
Sou um jovem frágil
E ainda de pouca idade

É sempre a idade
Talvez por pouca experiência
Falta de maturidade
E tanta inocência
Um café e uma nata
Era o pedido todos os dias
Uma rotina permanente
Do tio Jeremias

Fumava o seu cachimbo
Enquanto lia o jornal
Afirmava repetidamente
Que Portugal estava mal

Era a crise e a austeridade
E o povo na miséria
Desejava prosperidade
Dignidade era coisa séria
Vou no metro e observo
Pessoas desanimadas
Umas porque vivem
Outras porque estão desempregadas

Viver é uma missão
Mas o desemprego é um flagelo
É preciso estar preparado
Para quebrar o gelo

É preciso lutar
Por uma maior igualdade
Em que emprego
Tem de respeitar a idade
De capa negra
E com postura superior
Um simples estudante
Que já é "doutor"

Com objetivos definidos
E um futuro pela frente
O que é que quer ser?
É a pergunta de toda a gente

Deseja a realização dos sonhos
Imagina-se um comunicador
Não há como não tentar
Pra já é um sonhador
É a crise o dilema do povo
Nesta sociedade capitalista
O povo acusa de roubo
E afirma que é tudo fascista

O povo nem imagina
Todo o poder que tem
Capaz de vencer
Sem se esquecer de ninguém

Para acabar com a injustiça
Será preciso uma revolta
Se Portugal é democrático
Vamos dar a volta

Viver em função dos outros
E um ato de coragem
Amar, cuidar e ajudar
Nesta longa viagem

Em cada viagem uma missão
Um partir sem saber o que esperar
É a vida de um missionário
Que vive para se entregar

uma entrega permanente
A uma missão indefinida
Não sabem o que os espera
Na sua nova vida
Não consigo definir
Acho que e um sentimento
Chamam-lhe saudade
E causa sofrimento

É uma falta permanente
De quem faz parte de mim
Pensamento constante
Um amor sem fim

É isto a saudade
Difícil de definir
Um estado de ansiedade
Fácil de sentir
Vejo gente de toda as idades
Quando deambulo pela rua
Gente sorrindo de felicidade
E gente com a alma vazia e nua

Falta um sorriso no rosto
E uma vontade de viver
Capacidade de conquistar
Antes de morrer

Porque a morte é certa
E a vida tem um fim
Se é possivel viver feliz?
É possivel, sim
Um dia disseram-me para ser feliz
E parti sem rumo certo
Como não conseguia estar longe
Fiquei aqui bem perto

Havia algo que me prendia
A este sitio, a este local
Era a familia e os amigos,
A minha terra Natal

Para aprender a ser feliz
O grande segredo é
Aproveitar tudo o que temos
Ao movimento da maré

E é esse movimento inconstante
De ida e de volta
Que fortalece o homem
Sem qualquer tipo de revolta
Levam Portugal no coração
Estes habitante desanimados
Partem com futuro incerto
Por cá são muito amados

É injusta esta partida
Para procurar a oportunidade
Ir para o estrangeiro
Desempregado e em tenra idade

Deixar tudo e partir
E um ato de coragem
Ter um futuro promissor
É uma miragem
A pureza da infância
Retratada por um simples respirar
Um gesto, um carinho e um sorriso
pode o mundo mudar

A essência das crianças
Na ingenuidade da sua vida
A liberdade e as esperanças
A doutrina adquirida

Uma criança representa a vida
A borboleta liberdade
Tornar-se-ão adultos
É a dura realidade
Vejo no brilho dos teu olhos
A vontade de ser feliz
A necessidade de não estar só
Avançar o momento infeliz

Pior que a solidão
É estar só, rodeado de gente
Com um vazio interior
Uma dor permanente

É esse vazio
Dificil de preencher
É o sentir-se amado
Que faz a vida valer