Mais uma vez no mês de Julho, Arouca viu o seu Convento ganhar vida, as suas gentes ocuparem o seu espaço e recriarem a vida do passado.

A charamela voltou a tocar, o pregoeiro montou no seu cavalo e avisou o povo do que se ia passar nesta terra e os bombos abriram a festa.




A abadessa foi eleita, o bispo de Lamego chegou a Arouca para a festa e foram entregues as varas do município aos vereadores.

De Lisboa e do Porto marcaram presença convidados ilustres, fidalgos e barões, que vangloriaram a sua ostentação pelas ruas, pediram audiência com as monjas e noviças e conviveram, ainda que nem sempre pacificamente no terreiro e no espaço envolvente.

Os salteadores de estrada, o Zé da Calçada e o Virgolino, já conhecidos por estas terras, aproveitaram a presença dos ilustres para fazer assaltos “em plena luz do dia”, nem os Almada escaparam à tentativa de assalto.



Foram abandonados dois bebes na roda do convento e na porta da caridade, os pobres pediram auxílio às monjas, que lhes deram comida e roupa.


Os soldados tentaram manter a paz nas ruas da vila.



Regina Caeli ecoou no espaço de clausura e as freiras reuniram na Sala do Capitulo para tratar de assuntos delicados, como os gastos com a festa de beatificação da rainha e a troca de bilhetes das noviças com o exterior.

Com medo dos franceses e do que estes lhes podiam fazer, toda a família eclesiástica fugiu do convento, de malas, bagagens e com uma enorme tristeza no olhar.




Frei Simão foi preso enquanto as monjas gritavam por D. Miguel e o Convento ardeu deixando as freiras em alvoroço que, quase sem ar e com poucas forças, foram abandonando o convento com ajuda dos populares.











No fim, há quem diga que foi milagre a presença de um vulto que apagou as chamas enquanto um manto branco desceu sobre a fachada do convento.

Uma moça do convento casou com o seu amado na Capela da Misericórdia, onde estavam presentes os seus pais e a sua madrinha e monja, Cathrine Portugal.

A companhia de teatro saiu à rua onde contou histórias em forma de teatro de qualidade e juntamente com o vendedor da banha da cobra, os saltimbancos, a música barroca, o rancho, os Cramois e os cantares, animaram as ruas.



A nova abadessa recebeu, nos seus aposentos, o arquiteto Gimac, responsável pelas obras do Convento após o incêndio, o procurador do convento e todos os grupos que a quiseram animar com os seus cantares.





















No fim, uma freira, cujo estado de saúde se vinha agravando morreu e no espaço de clausura as irmãs realizaram o seu funeral.




Em três dias, cerca de 250 pessoas ajudaram a história a deixar uma marca na história da gente. Confesso que é difícil perceber o que leva toda esta gente a recriar a história da sua terra, abdicando muitas vezes do seu descanso para estar presente nos ensaios. Todavia, acredito que o que as move é o amor à terra, o amor a Arouca.

 À Carla, ao Fernando, ao Carlos e ao Veiga pela evolução notória ao longo dos ensaios.

Ao Vítor, ao Carlos, ao Alexandre, ao Hélder e ao Gonçalo, pela dedicação, entrega e talento.

À Juliana, à Mariana e à Mária pela simpatia.

Ao Francisco, ao Marcos e aos soldados mais velhos.

Ao Miguel, ao Sr. Américo, à D. Mafalda, ao Sr. Rouxinol, à D. Fátima, à D. Cristina, ao Sr. Silva, ao povo e a todos os criados.

A todas as personagens de interior, à Professora Isabel, pela coragem e profissionalismo, à prioresa, à cantora-mor, às freiras deputadas, às madres porteiras e restante família eclesiástica.
Às moças, Beatriz B., Daniela, Alexandra, Beatriz S., Ângela, Raquel, Inês, Sara S., Tânia P., Margarida, Beatriz A., Maria T., Luísa, Juliana, Ana Miguel, Beatriz T., Sara S., Tânia S., Maria V., Fátima, Mara, Sofia, Patrícia por todo o chão esfregado, chã servido, receção de nobres, paciência com o público e humildade.

A todas a noviças, meninas do coro e damas de companhia.

A todos os figurantes por serem amadores muito profissionais.

A toda a equipa da Câmara Municipal de Arouca.


Por fim mas não menos importante, porque sem eles nada disto era possível, ao José Carretas, à Margarida Wellenkamp, à Evelina Marques, à Margarida Carvalho, ao Emílio Gomes, à Leonor W. Carretas e à Beatriz W. Carretas o meu enorme obrigado por, mais uma vez, me terem integrado na equipa e me terem deixado fazer aquilo que gosto, em Arouca, onde sou realmente feliz.




Fotografias: Facebook Recriação Histórica - Arouca

No dia 10 de junho escrevi  “O dia de Portugal,  o ano da vitória” onde dizia não acreditar que o Euro 2016 ter inicio no dia de Portugal era uma mera coincidência. Escrevi que começava um sonho em França e que esse dia ia ficar para a história a juntar há que já se celebrava.

Acreditei, portanto, desde o primeiro dia que este era o nosso ano, não sei se era um feeling, se era a confiança que Fernando Santos transmitia, se eram os vídeos motivacionais do Guilherme Cabral, sei que tudo parecia dar certo, os 23 convocados, a garra, o apoio, as claques unidas a uma só voz, os 11 milhões que acreditavam, que choravam e que gritavam bem alto o seu amor a Portugal.

Se há 12 anos, em 2004, o país tinha parado pelo futebol e no fim tinha ficado em lágrimas, hoje, em 2016, o país voltou a esvair-se em lágrimas desta vez de alegria.

Hoje mostramos à Europa o nosso fado, mostramos que, embora nos primeiros jogos a sorte não estivesse do nosso lado, lutamos e sofremos até ao último minuto, pois sofrer até ao fim faz parte da essência e do orgulho que é ser português e que é esse orgulho que nos torna mais fortes.

Esta espera pelos últimos minutos traz um aperto no coração acompanhado pela mesma esperança que outrora Bartolomeu Dias teve ao dobrar o Cabo das Tormentas.

Fernando Santos disse, no seu primeiro jogo ao leme do barco português -curiosamente no estádio de Saint-Denis- , que ia voltar ali na Final do Euro. Mais tarde, já durante a competição, disse que só voltava a Portugal no dia 11 de julho, de taça na mão e ia ser recebido em clima de festa.

Nunca perdeu nenhum jogo oficial e lá estava, tal como prometeu várias vezes, na Final da Competição, trouxe a taça para Portugal e está a ser recebido em festa.

Somos um povo quente em emoção, somos lutadores, guerreiros, temos o sangue na guelra e nenhum português ficou indiferente ao ver o nosso capitão Ronaldo a chorar por nada conseguir fazer pela nossa seleção.

Para a história fica a invasão a França, como outrora fomos por eles invadidos, com a diferença que não houve mortos nem feridos e que trouxemos para casa taça com lágrimas e suor, mas sobretudo com dignidade e audácia.

Temos o mais velho e o mais novo campeão da Europa, temos os melhores 23 da Europa e o melhor do mundo.

Há muito que tínhamos a fome de vencer, a garra, o sonho e se juntos somos mais fortes, foi juntos que cantamos, a uma só voz, o nosso hino, o nosso amor à pátria e mostramos ao mundo que somos o povo da ocidental praia Lusitana e que a nossa pequenez geográfica foi capaz de conquistar a Europa.

Vingamos 2004 e hoje Pessoa, hoje cumpriu-se Portugal.

Arrepiante e emotivo. Obrigado Portugal!

A 10 de junho escrevi que não podia ser uma mera coincidência o Europeu de 2016 começar no nosso dia, no dia de Portugal, ver aqui.

Jogo após jogo fui reforçando a ideia de que estava na altura de vingarmos o fatídico final do nosso Euro 2004 e acreditei sempre que hoje, em 2016, a nossa garra nos levaria onde estamos, na final da competição.

Há 12 anos chorei por nós, era uma criança que tinha na nossa seleção 11 guerreiros, 11 heróis e depois aquele sonho de menino tinha caído por terra.

Mas hoje, chegamos à final com 5 empates, disseram que o nosso jogar era “nojento”, que não merecíamos estar onde estamos e que somos fracos. Contra todas estas opiniões mostramos apenas aquele que é o nosso fado: sofrer sempre até ao último minuto porque isso faz parte da essência do que é ser português.

Não somos inferiores para o jogo da final, em campo somos 11 contra 11 e a história e a estatística não vão influenciar o desfecho deste Euro porque o que interessa é o aqui e o agora.

Fernando Santos disse, no seu primeiro jogo ao leme do barco português -curiosamente no estádio de Saint-Denis- , que ia voltar ali na Final do Euro. Desde aí nunca perdeu nenhum jogo oficial e lá está, tal como prometeu várias vezes, na Final da Competição.

Quando se soltam os primeiros acordes do hino, todo o corpo arrepia, o sangue aquece, sente-se um aperto no peito, a alma fica repleta de felicidade e solta-se um grito silencioso pela nossa paixão, pela nossa nação, pela nossa seleção. Esse grito silencioso mantém-se fechado e irrequieto até ao primeiro golo pois aí sim gritamos bem alto e apregoamos aos sete ventos o nosso verdadeiro amor a Portugal!

Que na nossa bandeira o vermelho da paixão e o verde da esperança enalteçam a esfera armilar e que se volte a impor o esplendor de Portugal.

Já invadimos a França como outrora fomos por eles invadidos, resta-nos agora conquistar a taça e mostrar que a garra e a determinação de outros tempos continua bem presente nos 11 que entram em campo, nos 11 milhões que estão em Portugal e nos milhões que estão espalhados pelo mundo. No fim? No fim que a taça seja nossa, chegou a hora de deixarmos o nosso legado, a nossa marca na história e nós, nós merecemos tanto.

Este é o nosso ano!



    Paulo Castro nasceu a 26 de Fevereiro de 1997 e é de Arouca.

    Frequentou o Curso de Ciências e Tecnologias na Escola Secundária de Arouca, onde desenvolveu o “Neuro Teste”, um projeto vencedor.

   Participou em inúmeros concursos a nível nacional, nomeadamente o Prémio Fundação Ilídio Pinho, o Youth Science Meeting e na 10ª Mostra Nacional de Ciência, bem como a nível internacional, na Expociênias da Milset no México.

    Em 2015 ingressou no Curso de Medicina na Universidade da Beira Interior.

  Em 2017 representará Portugal na Feira Internacional Intel Isef em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos da América.

Além disso o Paulo lé ainda um elemento ativo do Grupo de Jovens de Moldes, tocador de viola no Conjunto Etnográfico de Moldes e integra a Tuna Médica da Universidade da Beira Interior, mostrando assim a sua faceta musical.

  Talvez se tenha perdido um jogador de futebol, um tenista ou um arquiteto, contudo, Arouca,          Portugal e o Mundo ganhou certamente um excelente cientista e um promissor Médico.

   Nesta entrevista, Paulo Castro.


Resumidamente, o NeuroTeste é uma ferramenta inovadora que tem potencial aplicação na indústria farmacêutica, em estudos de neurotoxicologia ambiental e/ou genética associada às doenças neurodegenerativas. Utiliza como organismo modelo larvas de Drosophila Melanogaster e permite testar, em larga escala, a custos relativamente baixos e in vivo um elevado número de compostos farmacológicos. O estudo envolveu o desenvolvimento de um sistema de transiluminação com luz fria que possibilitou, pela primeira vez, contrastar de forma homogénea as larvas que são translúcidas. Assim será possível a automatização do processo de vídeo análise através da utilização de ferramentas informáticas gratuitas.  


1.     Com tanta experiência, sentes-te com a idade que realmente tens?
Essa é uma boa questão… mas apesar de todas as experiências que já tive nos meus 19 anos de vida, sinto-me com esta idade. Isto acontece porque faço as coisas próprias da minha idade, ou seja, a grande maioria dos meus amigos são da minha faixa etária, e por isso, convivemos juntos, saímos juntos e fazemos toda uma série de atividades próprias da vida académica. Eles não me veem como alguém superior a eles, e nem eu quero que isso aconteça. Por vezes até brincam com este assunto e acabam por me chamar “Neurocientista”! Contudo, é óbvio que todas as minhas participações em concursos a nível nacional como o Prémio Fundação Ilídio Pinho e o Youth Science Meeting em 2015, e mais recentemente a 10ª Mostra Nacional de Ciência em 2016, bem como concursos a nível internacional como a Expociênias da Milset no México em 2015, dão-me uma maturidade que não é própria da minha idade. Isto acaba por se tornar numa coisa boa e ajuda-me bastante para as atividades da faculdade e por isso, lido bem com este “excesso de experiência” para a minha tenra idade.

2.Qual a importância de representar a tua escola e a tua terra em concursos nacionais e internacionais?
É com enorme orgulho que levo o nome da Escola Secundária de Arouca e de Arouca ao topo da Ciência a nível nacional e internacional. Foi em Arouca que fiz todo o meu percurso académico até à entrada na universidade. Ou seja, tudo o que aprendi e evoluí devo à Escola Secundária de Arouca. Também foi nesta que o “Neuro Teste” nasceu e cresceu e a sua realização seria muito difícil se não tivéssemos acesso aos mais recentes e diversos materiais disponíveis no laboratório da Oficina da Ciência na ESA.
Este é um dos aspetos que mais deixa saudade, pois lá aprendi muitas técnicas que voltei a aprender na universidade e tinha acesso a equipamentos inexistente, em muitos casos, na faculdade. Muitas das vezes que falo do meu projeto, as pessoas acham inacreditável ele ter sido desenvolvido numa escola pública e ao nível do secundário, o que mostra a qualidade desta instituição.
Também tenho de agradecer ao meu orientador de projeto, que se mostrou uma pessoa incansável e fundamental para a concretização do Neuro Teste.
Assim para mim é muito importante fazer algo por Arouca, e é desta forma que tento mostrar que Arouca tem qualidade e que não somos apenas “serranos da aldeia”.
Se já o facto de representar Arouca e Portugal é um orgulho, então conseguir trazer primeiros lugares para Arouca e reconhecimentos/medalhas internacionais para Portugal é um privilégio e uma felicidade enorme.
Após meses de trabalho, incluindo férias de verão, é bom receber o reconhecimento e agradecimento dos arouquense, que com orgulho veem Arouca crescer a cada dia que passa e é muito bom fazer parte desta evolução, pois nem só de futebol vive Arouca.
A Ciência também tem um lugar!!


Conheço o Paulo desde o 1º ano, e desde daí que sempre fomos grandes amigos. Desde essa altura sempre mostrou interesse pelos estudos, sempre foi um rapaz atento e curioso. Com todo o sucesso que teve e continua a ter, continua humilde e altruísta. É amigo dos seus amigos, tem um grande sentido de humor e busca sempre saber mais em relação àquilo que o rodeia, o que o torna um rapaz muito culto e informado.
Raquel Rocha, amiga

3.   O que é que fica desta experiência?
Desta experiência fica muita coisa… Esta vida de jovem cientista permitiu-me viajar para vários lugares e contactar com muitos jovens das mais variadas culturas que partilhavam o mesmo objetivo que eu: “Tentar fazer alguma coisa para a Ciência!”. Outra coisa que fica e mais ninguém me pode tirar são os prémios. Esses tiveram de imediato lugar cativo no meu curriculum vitae e são, sem dúvida uma das melhores coisas que consegui em toda a minha vida. Contudo também guardo todas as memórias destas experiências, a viagem ao México que provavelmente nunca iria ter oportunidade de visitar, as atividades e as amizades que muito dificilmente esquecerei e guardarei para a vida.
Em todos estes concursos fiz amizades que seriam impossíveis sem esses eventos, e na sua maioria, mantenho contacto e sei que os encontrarei em iniciativas parecidas com estas.

Como já referi anteriormente, esta experiência também me deu uma maturidade incrível e muito vantajosa para o meu presente e futuro, e por isso não me arrependo de forma alguma os meses que estive “fechado no laboratório” pois foi esse pequeno esforço que me permitiu conquistar o que conquistei, e espero que esta experiência não acabe aqui, e que a minha futura participação (2017) nos Estados Unidos da América (Feira Internacional Intel Isef, Los Angeles, Califórnia) seja um sucesso para o “Neuro Teste”.

4.   Sempre foi teu objetivo ingressar em Medicina?
Nem sempre… Lembro-me que desde pequeno gostava da ideia de ser médico e como consequência gostava de “brincar aos médicos” e simular consultas. Contudo sempre gostei de desporto e desde pequeno comecei a jogar futebol no Centro Juvenil Salesiano de Arouca. Assim, como todos os outros miúdos sonhava vir a ser um famoso jogador de futebol!
Com o passar do tempo vi que o meu jeito para os estudos e para a ciência eram maiores que o jeito para a bola. Assim, por volta do 7º ano deixei a minha carreira de futebolista e aumentei a concentração nos estudos. Contudo não consegui ficar muito tempo sem fazer desporto e, por isso, comecei a jogar ténis sem grande compromisso. Apenas comecei a levar o ténis mais a sério no secundário, onde o meu grande objetivo era ingressar medicina. Mas até aí não tinha sido só medicina.
Por volta do fim do 7º ano até ao 8º ano queria ser arquiteto dado o meu gosto e habilidade para o desenho. Contudo o gosto pelo desenho acaba por ficar mascarado pelo desporto e ciência, e no 9º ano, o ano das grandes decisões, já não tinha dúvidas. O meu objetivo era medicina! Isto facilitou muito o meu secundário pois já sabia quais eram as metas que tinha de alcançar, e apesar de serem necessárias muito boas notas, lutei por isso e hoje estou a concretizar um sonho e a estudar algo que me dá enorme prazer!

5.   Porquê Medicina?
Existem pessoas que dizem que escolhem Medicina por ser uma vocação, sendo um desejo que alimentam desde a infância. Outras pessoas dizem que optam por Medicina porque tinham notas para isso.
No meu caso acho que junto um pouco dos dois lados. Como referi anteriormente desde pequeno que gostei das brincadeiras de médicos, podendo por um lado dizer que me sinto vocacionado para exercer nesta área. Contudo isto não seria suficiente se não tivesse as notas necessárias para ingressar neste curso. Assim, acabei por juntar o útil ao agradável. Também tomei esta decisão devido ao meu gosto pela ciência e vontade de aprender constantemente coisas novas e a profissão de médico requer esse estudo constante para manter informação clínica atualizada.
Queria que o meu futuro passasse por algo diretamente ligado à ciência e por isso escolhi uma das profissões de maior prestígio nessa área. Esta é, também, uma profissão que ajuda o outro e requer o contacto com o doente, algo que desperta algum interesse em mim.


Já nos conhecemos há cerca de 9 anos, desde o 5º até ao 11º ano que foi da mesma turma que eu e por isso sempre fomos bastante próximos. Sempre foi muito interessado pelas ciências e acabou mesmo por atingir o seu maior sonho que era entrar na faculdade de Medicina. O empenhado que tinha quer nos estudos quer a ajudar os outros foram essenciais para hoje estar onde está. Desejo-lhe a maior sorte do mundo que bem merece.

Francisco Vasconcelos, amigo


6.   Como foi o primeiro ano na Covilhã?
Posso dizer que o meu primeiro ano de universidade na Covilhã correu muito bem. A Covilhã é uma cidade pequena e ou pouco distante dos grandes centros urbanos.
Quando soube da minha colocação na Universidade da Beira Interior fiquei em choque. Não estava à espera de ser colocado lá… Mas apesar disso tinha conseguido o mais importante: Entrar em Medicina!
Procurei ter referência de antigos alunos da UBI, e todos me disseram o mesmo: “É necessário dar uma oportunidade à Covilhã! A partir do momento em que lá estás não queres sair de lá!”. Engraçado… aconteceu-me isso!
No início do ano, nunca descartei a possibilidade de agora tentar outro sítio, mas ao fim de um ano na Covilhã a minha resposta é de forma firme: “Não saio de lá!”.
É muito fácil a adaptação a essa cidade. Somos bem acolhidos, e é fácil conhecer e ser conhecido por muita gente. Para mim um dos grandes fatores que permitiu o este conhecimento, conhecer melhor os encantos desta cidade e fortalecer relações foi a praxe.
É verdade que esta apenas dura 2 meses e meio, mas são 2 meses e meio onde somos praxados diariamente até altas horas da noite, o que nos obrigou a estar diariamente até altas horas da noite com os meus colegas de curso e dessa forma criar relações, que no futuro foram mantidas. Isto facilita a adaptação ao um local totalmente desconhecido e deslocado das nossas terras natal, pois todos nós estávamos nessa situação.
A tuna também ajudou em muito a aumentar o gosto por esta cidade. Devido ao meu gosto pela música decidi juntar-me à Tuna-Mus, Tuna médica da Universidade da Beira Interior. Esta foi uma excelente forma de tentar aumentar os meus dotes musicais, contudo um dos grandes objetivos da tuna é criar amigos para a vida e que sabemos que podemos sempre contar para as mais variadas coisas.
Relativamente ao curso de Medicina a adaptação foi fácil. Ainda há pessoas que ficam espantadas quando digo que estudo medicina na Covilhã… A verdade é que este é um curso relativamente recente. Começou em 2001 e é bastante diferente dos métodos clássicos. Em cada ano recebe um número de alunos bastante mais pequeno quando comparado com as faculdades clássicas de Medicina (Porto, Coimbra e Lisboa).
Como todas as outras coisas tem as suas vantagens e os seus defeitos, mas estou a gostar bastante do curso e adaptei-me bem ao método de ensino.
Agora sinto que estou no que gosto e por isso há que aproveitar!



7.   Sempre acreditaste que podias ser o que quisesses?
Sim… Sem dúvida! Uma das minhas filosofias de vida é “Tudo é possível até que mostrem o contrário”.
Assim acredito que todos os meus sonhos serão possíveis de concretizar e que posso ser o que quiser. Agora se me perguntares “Sempre acreditaste que ias conquistar o que conquistaste até agora?”, aí a resposta já seria diferente.
A ESA sempre foi uma escola de grandes projetos e na sua grande maioria todos eles premiados. Quando via que havia alunos da ESA que tinham conquistado prémios a nível nacional e que iam a concursos internacionais eu pensava “Que sonho… Quem me dera ser eu a ir viajar, comer de borla e representar Arouca e Portugal no estrangeiro!”.
A verdade é que agora eu sou um desses alunos que conquistou prémios nacionais e internacionais e viajei e comi de borla! Acabou por ser um sonho tornado realidade, e a verdade é que lutei por isso.
Quando era novo pensava “Já inventaram tanta coisa que é quase impossível criar coisas novas!”. A verdade é que fui um dos criadores e inventores do “Neuro Teste”, uma ferramenta totalmente nova que nunca ninguém tinha pensado fazer algo do género. Afinal ainda é possível criar coisas novas, e cada um de nós tem de acreditar nos seus sonhos e nas suas capacidades, pois todos temos capacidade de fazer a diferença.
Quanto ao sonho de me tornar médico, esse ainda está em construção… Contudo estou no bom caminho para o concretizar! Por fim, a cereja no topo do bolo seria conquistar um Prémio Nobel (ahahah)…


O Paulo é uma das pessoas mais sérias que já conheci! Inteligente, Competente, Empenhado e interessado, são grandes qualidades que o tornam numa pessoa fantástica! Mas para além disto tudo também sabe conviver e sabe divertir se com os amigos! Sabe conciliar tudo, o que o torna, acima de tudo, num grande amigo com quem sei que posso contar e confiar!
Daniel Pinho, amigo

8.   O que é que significa para ti ser de Arouca?
Arouca é um lugar incrível. Tenho todo o orgulho de ser Arouquense. Dizem que só damos valor às coisas quando as perdemos e agora que estou fora de Arouca existente sempre a saudade da família e da terrinha. Fico com uma alegria imensa quando Arouca se destaca em algum capítulo e faço questão que todos saibam que sou de Arouca.
Sempre que falo de Arouca pretendo que as outras pessoas pensem que esta vila é um lugar mágico, pois na realidade é isso que acontece! É um lugar único, pela sua história, património, gastronomia e pela fauna e flora que a rodeia.



Conheço o Paulo do contexto associativo. Enquanto elemento do corpo artístico do CEM é cumpridor e acima de tudo sobressai pela sua discrição. São características que em contexto associativo e, com certeza, noutros contextos permitem que as instituições/associações possam desenvolver um trabalho de qualidade e de forma mais assertiva.
Ana Cristina Martins, dirigente do CEM



9.   Preparou-te, de alguma forma, para enfrentar o mundo da cidade ou foi um obstáculo?
Não penso que tenha sido um obstáculo. Neste momento sei como é viver numa aldeia e numa cidade.
Em Arouca as coisas são muito puras, calmas, sem grandes pressas e tudo aquilo que precisamos está na maioria das vezes muito perto. Quando falamos numa cidade, falamos nos grandes centros urbanos, confusão, barulho e strees. Contudo fui parar a uma cidade pequena, onde o trânsito não é muito e é tudo pacato.
A Covilhã comparada com Arouca não é muito diferente… Até o relevo é idêntico! Mas se no meu percurso tivesse surgido uma cidade como Porto ou Lisboa a adaptação teria sido mais dificultada. Por outro lado, os concursos em que participei foram, na maioria, em grandes cidades e por isso estar lá não seria novidade. Novidade seria estudar e viver lá!
Será sempre um choque passar de uma vila para uma cidade, e no primeiro ano de faculdade a dificuldade é exatamente essa: a adaptação a tudo, todavia quando há capacidade e estamos naquilo que gostamos o resto passa a ser secundário! 






10. Como imaginas a tua vida daqui a 10 anos?

Daqui a 10 anos vejo-me como médico. Espero que numa especialidade do meu gosto, como neurocirurgia ou neurologia. Contudo estas coisas são difíceis de prever. Até lá o ensino da medicina ainda vai mudar muito, ainda vou aprender muita coisa e até lá os meus gostos podem mudar.
Não sei se o meu futuro passará por Arouca ou se será noutro sítio, mas uma coisa tenho a certeza: Estarei feliz porque estarei a fazer aquilo que gosto e que projetei para mim.

É na seleção que os portugueses gritam a uma só voz, sem clubismos nem rivalidades. É o desporto rei o único a conseguir parar e unir o país.

Jogo após jogo, o nosso amor a Portugal vai crescendo. Ser português é ter todo o tempo do mundo e mesmo assim deixar tudo para o último minuto.

Hoje vivemos, mais uma vez, o sonho de estar na fase final do campeonato da Europa. Se acredito? Acredito. Acredito porque merecemos esta alegria.

A geração Scolari começou, em 2004, um sonho e é esse sonho inacabado que nos falta cumprir. Está na hora de substituir as bandeiras que hoje, ainda que envergonhadas e sem cor, estão nas janelas e nas varandas deste país. Substitui-las por novas, onde o vermelho da paixão e o verde da esperança enalteçam a esfera armilar e mostrem o nosso verdadeiro amora Portugal.

Temos tudo para vencer, uma equipa de sucesso e 11 milhões que creem, que choram, que gritam, que se arrepiam e que vivem a seleção.


Se há 12 anos começamos a sonhar com a Europa, este é o ano, o nosso ano e se tivermos de esperar pelos últimos minutos, esperaremos, com um aperto no coração mas com a mesma esperança que outrora Bartolomeu Dias teve ao dobrar o Cabo das Tormentas.

Porque não acreditar em Portugal?

Porque não acreditar que é possível a vitória, a fama e a glória?

Julgamos a nossa seleção por não ter vencido nenhum jogo da fase de grupos quando, num passado recente, no mundial de 1982, a Itália empatou todos os jogos na 1 ° fase e depois venceu, jogo após jogo, e conquistou o mundo, vencendo a competição.

Sofrer até ao último minuto faz parte do orgulho português e esse orgulho é aquilo que nos torna mais fortes. Podiam ter sido só vitórias? Podiam mas é este o nosso fado.

 É desejo comum a vitória, é o sonho de todos os portugueses, principalmente os que ainda têm atravessado na garganta o Euro 2004, que ainda têm a vontade de vingar todas as vezes que estivemos quase lá e por infortúnio não conseguimos vencer.

 Somos lutadores, temos o sangue na guelra e um forte aperto no coração quando o tempo passa e ainda não estamos a ganhar.

Há muito que temos a fome de vencer, a garra, o sonho e se juntos somos mais fortes, é juntos que temos de cantar, a uma só voz, o nosso hino, o nosso amor à pátria e aí sim, mostraremos ao mundo que somos o povo da ocidental praia Lusitana e que a nossa pequenez geográfica é capaz de conquistar a Europa.

Tiago Pinho tem 16 anos, nasceu a 15 de outubro de 1999 e estuda Línguas e Humanidades na Escola Secundária de Arouca.
As nossas árvores genealógicas cruzam-se nos primórdios da nossa descendência, o que nos torna, para todos os efeitos, primos afastados.
Apaixonado pela arte de representar e de escrever poesia, é membro do Movimento Juvenil Salesiano de Arouca, é um grande amante de futebol e os seus clubes são o Futebol Clube de Arouca, onde é atleta e o Sport Lisboa e Benfica.
Autor do prefácio do meu primeiro livro e coautor da peça de teatro “Duas a Bordo”, projetos não lhe faltam a curto e longo prazo.
Nesta entrevista, o Tiago, sui generis.

1. Como é que tens tempo para tanta coisa?
   Fazem-me esta questão muitas vezes, mas eu respondo sempre da mesma forma, tento aproveitar o tempo da melhor forma. Gosto de participar no maior número de atividades possível porque isso só me enriquece a nível pessoal e educacional. É certo que é muito desgastante e complicado para mim, porque há dias que eu saio de casa por volta das 8 da manhã e só chego ao fim da noite, mas eu gosto de viver assim. E ainda bem que consigo preencher os meus dias da melhor forma, temos de aproveitar a vida ao máximo…

2. Qual é a importância que tem para ti fazer parte do Movimento Juvenil Salesiano de Arouca?
É um grupo que eu adoro do fundo do meu coração, quase já nem consigo viver sem eles…
Gosto muito do espírito e da alegria do grupo, tenho um grande gosto em participar nas atividades que realizamos, e adoro todas as pessoas de lá…
Além de tudo isto, adoro ser ADS (Alegre, Dinâmico e Serviçal) e sinto que a minha vida fica mais completa e alegre por pertencer a este maravilhoso e encantador grupo. Agora vou parar com os elogios porque tenho a certeza que se um deles estiver a ler isto já tem baba no teclado do computador…





















Conheço o Tiago como aluno do agrupamento e como animadora do Movimento Juvenil salesiano de Arouca. O Tiago é um jovem extraordinário, dos jovens mais disponíveis, simpático e amável que conheço. A veia artística dele é fora do vulgar. O Tiago é um exemplo do que deve ser um jovem. É para mim um orgulho ser amiga do Tiago.
Teresa Oliveira

3.Falta aos jovens esta entrega a movimentos como este?
   Claro que sim, este tipo de movimentos faz-nos crescer como pessoa, aprendemos valores muito importantes para a nossa vida. Tenho a certeza que se experimentarem vão adorar estes movimentos porque para além de nos divertirmos estamos a aprender. Se existissem mais jovens com a vontade de ajudar e praticar o bem, coisa que fazemos neste grupo, com certeza que vivíamos numa sociedade bem diferente da atual.

 4.Como defines Arouca?
Arouca é um lugar indiscritível, eu adoro viver aqui, isto pode parecer um pouco estranho, mas para mim Arouca é, sem sombra de dúvidas, o melhor sitio do mundo. É claro que me perguntam se não preferia viver num sítio mais urbanizado e com mais serviços disponíveis... mas a minha resposta é “claro que não!”.  Eu prefiro muito mais viver nesta pequena grande vila do que numa grande cidade.
Arouca é uma terra única, pela sua natureza, pela sua gastronomia, pela sua história, pelo seu futebol, pelo seu património, pela sua magia, nem adianta continuar a destacar as riquezas que temos porque todos nós sabemos o que esta terra vale…

5. O que é que lhe falta?
   Tenho a certeza que se fizesses esta pergunta à população arouquense mais de 90% ia responder a variante. E eu sou uma dessas pessoas. Mas apesar de todas essas “pequenas” coisas acho que Arouca tem tudo o que é preciso para ser um lugar único, aliás eu nem sei se era preciso tanto… A nossa terra está a evoluir muito rapidamente e tenho a certeza que daqui a alguns anos este concelho será um dos melhores do país.





O Tiago é um rapaz diferente do habitual na geração dele.
É muito dinâmico e empenham-se a sério em tudo o que faz.
Já o conheço há muitos anos, somos praticamente vizinhos e a mãe dele trabalha em minha casa também há imensos anos. Desde aí, o Tiago vinha muitas vezes com ela, o que ajudou bastante para nos tornarmos amigos.
Tiago tem dois lados por assim dizer. Um lado mais brincalhão, onde faz tudo para pôr os amigos a rir (e consegue) e um lado mais sério, no que toca a assuntos que ele adora, como por exemplo a política, a poesia, a cultura e tudo o que isso envolve.

João Ferreira

6. Representaste Arouca nas Distritais do Parlamento de Jovens 2016 e participaste no concurso de jovens Empreendedores. Qual é a importância destes eventos?
   Como já disse anteriormente, gosto muito de participar neste tipo de atividades porque são fundamentais para o meu desenvolvimento como pessoa, gosto de ser um cidadão ativo e acho fundamental ter uma participação dinâmica na nossa sociedade. Além disso, é um motivo de orgulho para mim representar o nosso concelho onde quer que seja.

7. Apresentaste recentemente o Sarau Express Art da Escola Secundária de Arouca. Qual é a importância que isso tem para ti?
   Foi mais uma boa experiência. Adoro comunicar em palco e aceitei logo este convite. É claro que prefiro representar do que apresentar, mas adorei a experiência.



8.És apaixonado pela representação. Em que é que ela te completa?
   Ela completa-me em tudo. A representação sempre fez parte da minha vida e sempre fará. Eu só me sinto verdadeiramente completo e feliz quando represento, é uma coisa que eu amo fazer, o teatro, especialmente, é um dos grandes amores da minha vida. O meu maior sonho é conseguir viver da representação, sei que será muito difícil, mas eu sou ambicioso e com trabalho e dedicação tudo é possível.

9.E na escrita, o que é que te leva a escrever poesia?
   Desde pequeno que a poesia sempre me cativou. Apesar de gostar imenso de todos os géneros literários, este sempre mereceu especial destaque. Em relação à escrita, faço-o desde pequeno, é algo que eu adoro. Mas na minha opinião eu nunca escrevi um poema, eu apenas escrevo umas rimas, a poesia é escrita por poetas, e eu ainda estou muito longe de ser um poeta.

Numa palavra ? Seria energúmeno mas acho que não se enquadrava! Agora a sério o Tiago sempre foi um amigo ajudou me sempre que precisava , é um garoto muito trabalhador mas acho que adjectivo que o caracteriza melhor é " humilde ".
Sempre fez tudo o que precisei , com um sorriso na cara o que é fantástico.
Roberto Ferreira


10. Escreveste que é gratificante para ti ser português, porquê?
   Eu amo o meu país, em todos os aspetos. Sou talvez das pessoas mais patriota que existe. Eu defendo muito o meu país, para mim ele é o melhor do mundo. Apesar de sermos um país pequeno, somos um país muito rico, não a nível económico como todos sabem, mas sim a nível cultural, patrimonial, entre outras coisas. Apesar de todas as dificuldades, eu não trocava o meu país por nenhum outro.

11. O que é que levas da experiência de jogar no Futebol Clube de Arouca?
   Já jogo futebol desde pequeno. O futebol é uma das minhas grandes paixões. Adoro, sobretudo, os meus colegas de equipa e jogar no “mítico” Afonso Pinto de Magalhães e representar as cores arouquenses é uma grande honra. É obvio que eu não nasci para ser jogador de futebol mas é um desporto que eu amo muito.

12. E de treinar miúdos no torneio de verão?
   É uma coisa que eu também adoro. Já que não sou o melhor jogador do mundo pelo menos tento ensinar o pouco que sei. Ainda por cima represento a freguesia que eu tanto gosto, o Burgo.

13. És dos jovens mais influentes da tua geração, porque é que achas que és visto assim?
   Não sei mesmo onde é que foste buscar esta ideia oh André. Não me considero, de todo, um jovem influente na minha geração. Se alguém pensa isso será talvez por eu ser um pouco diferente dos outros jovens. Além disso, pertenço a muitos e grupos e pratico muitas atividades. Podes vir com o argumento de que sou engraçado, mas eu não me considero uma pessoa muito cómica, a única pessoa que se ri sempre das minhas piadas será talvez a minha avó, e isto claro, se não se esquecer de meter a placa.

14. Tens projetos em andamento?
   Eu acho que se me fizeres essa pergunta todos os dias a resposta nunca será não. É claro que sim, tenho alguns (muitos) projetos em andamento. Atualmente estou envolvido num grande projeto relacionado com o teatro, outro com a escrita, e outros mais... (já nem sei bem quais são porque acabo sempre por me perder). Felizmente não me faltam ideias e criatividade. Já agora aproveito esta questão para agradecer aos meus pais por me terem feito com uma cabeça que apesar de ser composta em 99% de estupidez, ainda tem 1% que consegue pensar e ter umas ideias interessantes de vez em quando.

15. O que é que esperas do futuro? E onde é que te imaginas daqui a 10 anos?
   Esta é uma pergunta muito difícil para mim.                                        
  Sinceramente espero ter concretizado todos os meus objetivos. Tenho o grande sonho de viver da representação ou da comédia, apesar de ser um desafio praticamente impossível nos dias de hoje no nosso país. Apesar dessa dificuldade nunca vou desistir dos meus sonhos e vou continuar a trabalhar muito para tornar isso possível, mas eu acredito fielmente nas minhas capacidades.
   Daqui a 10 anos? Até me assusto só de imaginar a minha vida daqui a 10 anos…
  Vou ser honesto, eu não tenho a menor ideia de como vai ser a minha vida daqui a 10 anos, eu nem sequer sei o que é que vou fazer amanhã…
   Mas como sou um gajo otimista espero, se ainda não tiver batido a bota, estar feliz e satisfeito com os 26 anos de vida que tive.
   O melhor mesmo é convidares-me para fazer outra entrevista daqui a 10 anos, pode ser que eu já tenha feito alguma asneira em Angola e já seja pai, mas espero bem que não.