A ti, Pessoa!

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Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.







Pessoa,
80 anos após a tua morte, homenageio-te por seres um génio da Língua Portuguesa.
Contigo partilho a paixão pela língua e aprendi a gostar de poesia, não sei se pela mensagem que passas, ou da forma com que o fazes.
Gosto do que escreves e vejo que em mais de 80 anos, a tua poesia se mantém atual.
Hoje mais do que nunca sei que, "pensar é estar doente dos olhos" do mesmo modo que acredito que "Há tanta suavidade em nada se dizer"
Gosto de escrever mas não, nunca, ousarei comparar-me a ti. A teu lado “Não sou nada./Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”









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